Sandra Corveloni irá dirigir comédia ‘Por Baixo do Pano’, de Oswaldo Mendes

A atriz Sandra Corveloni irá dirigir uma montagem de “Por Baixo do Pano”, comédia escrita há duas décadas por Oswaldo Mendes.

A trama reflete sobre o ofício teatral e seus quiproquós. Parte de um dramaturgo que pede à amante (uma crítica de teatro) um tempo na relação para salvar seu casamento.

O elenco terá os atores Augusto Zacchi, Carol Cashie, Cesar Baccan e Paloma Galasso. Segundo Baccan, também produtor do espetáculo, a ideia é estrear a montagem no fim do semestre. Ainda não há teatro definido.

Voraz

Croqui do figurinista Antonio Guedes para Pai Ubu, personagem do ator Marco Nanini na montagem de 'Ubu Rei' que estreia em março no Oi Casa Grande, no Rio (Reprodução)
Croqui do figurinista Antonio Guedes para Pai Ubu, personagem do ator Marco Nanini na montagem de ‘Ubu Rei’ que estreia em março no Oi Casa Grande, no Rio (Reprodução)

 

É bonita e é bonita Nelson Baskerville prepara com sua companhia, a Antikatártika, a peça “A Vida”, inspirada na biografia dos atores que trabalham com ele. Estreia em maio.

É bonita e é bonita 2 “Ainda não sei no que vai dar”, diz o encenador, que trabalha uma linguagem corporal a partir dos depoimentos do elenco. Como em seus trabalhos anteriores, busca um aspecto “sujo”. “A coisa linda da vida é admitir o que há de errado nela.”

Fértil Em “Palavras Corrompidas”, solo de Matteo Bonfitto que estreia no dia 17 de fevereiro, o personagem conduz o público por diversos ambientes do Sesc Ipiranga.

Fértil 2 Começa na quadra esportiva até levar a plateia ao auditório. Ali, entre vários objetos brancos, haverá uma mesa de banquete na qual sete pessoas se sentarão junto com Bonfitto e dividirão o prato principal: a imaginação.

Fonte Juliano Barone dirige “Fuente Ovejuna”, espetáculo jovem do dramaturgo espanhol Lope de Vega, sobre uma vila governada de forma tirânica. Estreia no dia 4 de março no Viga Espaço Cênico.

Fonte 2 A apresentação acontece dentro de uma instalação criada por Kleber Montanheiro. Simula uma taverna, e os espectadores se acomodam nas mesas do bar cênico.

Pequeno ato

 

Naquela noite eu me dei conta de que eu amava o Nando, mas eu não estava feliz. Ele não ia querer fugir comigo.

Eu imaginava nós dois de calça jeans pegando trens, nos metendo com bandidos, conhecendo montanhas, lagos e natureza.

Nos metendo em aventuras como nos filmes.

Eu estava muito louca aquela madrugada. Me deu vontade de sair. Depois me deu uma tristeza enorme. Uma tristeza sem motivo.

Só me lembro de olhar a pela janela. A cidade de São Paulo toda acesa lá embaixo. Carros indo e vindo. Quanta aventura deve existir no mundo.

Mas depois veio uma tristeza de novo. Muita tristeza. Não era culpa minha, eu tinha tomado o remédio. Acho que eu tinha.

Tentei acordar o Nando, mas ele me mandou tomar o sorvete e ver filme. Que filme? Não sei o que me fez ter aquela ideia. Aquela atração toda de me jogar naquele mundo lá fora.

Veio um vento gostoso, e aquelas luzinhas dos carros, da cidade. Aquele céu sem fim. Meus pensamentos não pareciam meus.

Eu tinha feito tudo errado. Ele também estava triste, e era por minha causa. E aquele vento era tão bom…

Eu tinha feito tudo errado. É tudo biologia.

É tudo biologia! As células. Esta cidade é uma enorme tecido cheio de células!

As coisas se atraem e nós não temos escolhas.

Trecho de “Atração”, de Leo Chacra, em cartaz no Viga Espaço Cênico.