Dramáticas https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br Maria Luísa Barsanelli Wed, 14 Nov 2018 16:26:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 ‘Colônia’ e ‘Lobo’ estão entre selecionados da MITbr, plataforma de internacionalização da MITsp https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/colonia-e-lobo-estao-entre-selecionados-da-mitbr-plataforma-de-internacionalizacao-da-mitsp/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/colonia-e-lobo-estao-entre-selecionados-da-mitbr-plataforma-de-internacionalizacao-da-mitsp/#respond Thu, 08 Nov 2018 21:12:12 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/5fab5c325f9e3e0e2f8a83f76663cb444a414d432f6c157aeb09255dc6552431_5b04a880641bc-320x213.jpg https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=984 A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, divulgou a lista dos pré-selecionados para a próxima edição da MITbr – Plataforma Brasil, projeto de internacionalização de espetáculos nacionais.

Foram recebidas 464 inscrições, das quais 11 foram pré-selecionadas (além de cinco suplentes). Estes passarão por processo de contratação (para verificação das condições jurídicas e avaliação das condições técnicas) a partir de 8 de novembro.

As apresentações acontecem em março, durante a MITsp 2019. Programadores estrangeiros são convidados a assistis aos trabalhos, que acompanham um dossiê sobre a obra e legendas em inglês. A ideia é abrir caminhos para que artistas brasileiros levem suas produções para fora do país.

A plataforma começou como um projeto-piloto no ano passado, mas já deu resultados. “Vaga Carne”, monólogo com Gracê Passô, por exemplo, rodou por três festivais estrangeiros com os contatos da MITbr.

Veja os pré-selecionados:

1 – Altíssimo – TREMA! Plataforma de Teatro (Recife)
2 – Boca de Ferro – Marcela Levi e Lucía Russo (Rio de Janeiro)
3 – Colônia – Projeto Colônia (Rio de Janeiro)
4 – CRIA – Grupo Suave (Rio de Janeiro)
5 – Isto é Um Negro? – CHAI-NA (São Paulo)
6 – LOBO – Carolina Bianchi y Cara de Cavalo (São Paulo)
7 – Protocolo Elefante – Grupo Cena 11 Cia. de Dança (Santa Catarina)
8 – QUASEILHAS – ÀRÀKÁ – Plataforma de Criação em Arte (Salvador)
9 – Stabat Mater – Janaína Leite (São Paulo)
10 – Vestígios – Marta Soares e Cia. (São Paulo)
11 – V:U:L:V:A – Uma palestra performance – Mariana Senne (São Paulo)

Suplentes (por ordem de classificação):

1 – (ver[ ]ter) à deriva – Cia. Les Commediens Tropicales (São Paulo)
2 – Macaquinhos – Macaquinhos (São Paulo)
3 – IN(in)TERRUPTO – Companhia Híbrida (Rio de Janeiro)
4 – Boas Garotas – Clarissa Sacchelli (São Paulo)
5 – O Que Você Realmente Está Fazendo é Esperar o Acidente Acontecer – Cia. de Teatro Acidental (São Paulo)

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‘A mentira é tão importante quanto a verdade’, diz diretor franco-uruguaio https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/14/a-verdade-e-tao-importante-quanto-a-mentira-diz-diretor-franco-uruguaio/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/14/a-verdade-e-tao-importante-quanto-a-mentira-diz-diretor-franco-uruguaio/#respond Fri, 14 Sep 2018 14:00:23 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/O-Bramido-de-Düsseldorf-URU_foto_Nairi-Aharonian-4-320x213.jpg https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=963 SANTOS Sergio Blanco gosta de jogar nas fronteiras. Uruguaio, o diretor e dramaturgo adotou há 20 anos cidadania e moradia francesas, mas segue escrevendo em espanhol e trabalhando com os compatriotas latinos. Nas suas peças, borra os limites entre verdadeiro e falso.

Isso porque a mentira, diz ele, seria tão importante quanto a verdade. “As duas constroem a experiência do ser humano e se alimentam uma da outra. Inclusive a fronteira entre elas é muito frágil, às vezes não sabemos dizer onde começa uma mentira e termina uma verdade.”

É dessa estremadura que nascem suas histórias. Blanco trabalha com a autoficção, parte de dados de sua própria biografia para inventar uma nova narrativa. “É um gênero que me permite intensificar essa questão da verdade e da mentira no teatro”, explica ele. “E o espectador é alguém que quer entrar nesse jogo. Vamos ao teatro porque queremos que nos mintam.”

Para tanto, coloca ele próprio em cena. Ou quase. Em “O Bramido de Düsseldorf”, que ele levou nesta semana ao Festival Mirada, em Santos, e agora apresenta em São Paulo, o franco-uruguaio bebe na sua história e faz do protagonista um dramaturgo também chamado Sergio Blanco (interpretado aqui por Gustavo Saffores).

Ele vai com seu pai (Walter Rey) a Düsseldorf, na Alemanha, por um motivo pouco claro. Primeiro, diz que escreveu o catálogo de uma exposição sobre o serial killer Peter Kürten, o Vampiro de Düsseldorf, e precisará acompanhar o vernissage. Depois, fala que foi convidado a escrever roteiros para filmes pornô —ele mesmo não entende bem, mas uma grande produtora teria visto suas peças e encontrado ali uma linguagem que lhes interessaria. E explica ainda que foi ao país para converter-se ao judaísmo. No meio disso tudo, seu pai adoece e fica à beira da morte.

Blanco, na realidade, nunca viajou a Düsseldorf. Certa vez, passou pela cidade de trem, e o nome estampado na estação lhe chamou a atenção. “Une o doce e o forte, e pensei que seria um bom título”, lembra o diretor.

A cidade serve apenas de mote para o diretor reunir temas que, de certo modo, tocam no desejo: sexual, religioso ou o impulso assassino. “É uma força que nos impulsiona e é também muito dolorosa. O desejo é sempre a busca de algo que não vamos alcançar, porque, no momento em que alcançamos, não o desejamos mais. A sociedade de consumo e o capitalismo funcionam com esse sistema, de desejar um mundo que não se pode alcançar. É um mecanismo que pode ser muito destruidor e perverso.”

Mas Blanco sabe brincar consigo mesmo e com sua obra. Há de fato dados de sua biografia, mas tudo está diluído na ficção. A todo tempo, joga-se com a ideia de que aquilo é teatro (há inclusive referências a outra peça do dramaturgo, “A Ira de Narciso”) e que nunca se sabe o que é verdade ou mentira. “A única certeza desse texto é que estamos em Düsseldorf”, diz o filho em cena.

Mesmo a morte do pai é tratada com certa ironia. Representa menos um luto pessoal e mais um reflexo sobre o coletivo, sobre as nossas falhas sociais.

Na região fronteiriça de Blanco, não há lugar para certezas, apenas para sua tese, que ele resume numa das falas mais sinceras do pai: “O que é verdade, o que é mentira. Não importa”.


A jornalista viajou a convite do Festival Mirada.

O Bramido de Düsseldorf

Sesc Avenida Paulista, av. Paulista, 119. Sáb. (15), às 21h30, e dom. (16), às 18h30. Ingr.: R$ 15 a R$ 50. 16 anos

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Após reunião com prefeitura, Satyrianas deve voltar a ocupar praça Roosevelt https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/apos-reuniao-com-prefeitura-satyrianas-deve-voltar-a-ocupar-praca-roosevelt/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/apos-reuniao-com-prefeitura-satyrianas-deve-voltar-a-ocupar-praca-roosevelt/#respond Fri, 20 Jul 2018 16:10:35 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/nudes-180x133.jpg https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=939 Tradicional festival de teatro do centro de São Paulo, a Satyrianas deve voltar a ocupar a praça Roosevelt neste ano. A última edição da mostra deixou de acontecer no espaço pela primeira vez em 18 anos. Isso porque uma portaria da prefeitura, publicada em fevereiro de 2017, proibiu a realização de eventos e a concentração e dispersão de blocos carnavalescos na praça —segundo o documento, a medida atenderia a reclamações de moradores.

“[A decisão] foi um mal-entendido”, diz o diretor Rodolfo García Vázquez, d’Os Satyros, grupo que organiza a mostra e foi um dos coletivos culturais responsáveis por transformar a região, antes degradada.

Na sexta passada (13), contudo, integrantes d’Os Satyros se reuniram com o prefeito Bruno Covas e com o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, para reverter a decisão. Segundo Odloak, a prefeitura estuda retomar a ocupação e deve publicar na próxima semana uma nova portaria, que complementa a primeira e organiza algumas atividades culturais na Roosevelt.

A próxima Satyrianas deve acontecer entre 11 e 14 de outubro com uma “edição do amor”, explica García Vázquez. “No ano passado foi muito triste [as atividades precisaram acontecer em espaços fechados e de forma mais dispersa]. Queremos fazer a Satyrianas florescer novamente.”

 

 

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‘A Peça Escocesa’ alude a espetáculo ‘maldito’ de Shakespeare https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/03/01/a-peca-escocesa-alude-a-espetaculo-maldito-de-shakespeare/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2018/03/01/a-peca-escocesa-alude-a-espetaculo-maldito-de-shakespeare/#respond Thu, 01 Mar 2018 16:25:17 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/IMG_4480_MIDIAS-320x213.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=919 Texto inédito de Marcia Zanelatto, “A Peça Escocesa” se baseia numa superstição envolvendo uma das tragédias mais conhecidas de Shakespeare. Reza a lenda que “Macbeth” é amaldiçoada, e dizer o nome da peça traria mau agouro. Daí o eufemismo “peça escocesa”, já que a trama se passa no país britânico.

O espetáculo estreia neste sábado (3) na Caixa Nelson Rodrigues, no Rio.

A montagem concebida por Paulo Verlings (que divide a cena com a atriz Carolina Pismel e também dirige) não reproduz a trama shakespeariana, mas transita pelos temas da tragédia, como a ambição e os jogos de poder.

E procura dar voz a tudo que o bardo deixou nas entrelinhas do texto, como os vazios e as ausências de Lady Macbeth —a dramaturgia considera que o autor possa ter sofrido censura.

Além da dupla de atores, está em cena a Banda Dagda.

Hugo Bonemer como Ayrton Senna no musical sobre o piloto, que estreia em São Paulo no dia 16/3, no Teatro Sérgio Cardoso (FOTO Caio Gallucci/Divulgação)

O Célia Helena Centro de Artes e Educação abriu inscrições para os seus cursos de pós-graduação Artes da Cena: Atuação e Direção, coordenado por Marco Antonio Rodrigues e Daves Otani, e Dramaturgia: Cinema, Teatro e Televisão, a cargo de Marcos Barbosa e Samir Yazbek. Os interessados podem acessar o site da instituição.

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Alemã que adaptou filme de Fassbinder ao teatro dará oficina na MITsp em fevereiro https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/alema-que-adaptou-filme-de-fassbinder-ao-teatro-dara-oficina-na-mitsp-em-fevereiro/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/alema-que-adaptou-filme-de-fassbinder-ao-teatro-dara-oficina-na-mitsp-em-fevereiro/#respond Fri, 29 Dec 2017 13:40:00 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/BHi_j0137-180x120.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=872 A quinta MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo só começa no dia 1º de março, mas sua programação será aberta um pouco mais cedo.

Em fevereiro terá início uma oficina com a alemã Susanne Kennedy, que na edição 2017 do evento apresentou “Por que o Sr. R. Enlouqueceu?”, versão teatral do filme de Rainer Fassbinder.

O curso, no qual a diretora trabalhará linguagens de corpo e voz, é voltado a atrizes, atores e performers. As performers holandesas Suzan Boogaerdt (atriz de “Senhor R.”) e Bianca van der Schoot conduzirão a preparação física

As inscrições vão de 6 a 31 de janeiro pelo e-mail residencia@mitsp.org. A lista de aprovados será divulgada no dia 7/2, e a oficina, que é gratuita, acontece de 19/2 a 4/3 (sempre das 10h às 15h) no Instituto Goethe São Paulo (r. Lisboa, 974).

No dia 4/3, será apresentado um experimento cênico, resultado das aulas.

Kennedy explora a escrita não criativa dentro do teatro. Assim, para diversificar a narrativa, busca acrescentar expressões, diálogos e ruídos cotidianos nas cenas teatrais.

 

A diretora alemã Susanne Kennedy (Julian Baumann/Divulgação)
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Após portaria da prefeitura, Satyrianas deixa de ocupar praça Roosevelt pela 1ª vez em 18 anos https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/10/18/apos-portaria-da-prefeitura-satyrianas-deixa-de-ocupar-praca-roosevelt-pela-1a-vez-em-18-anos/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/10/18/apos-portaria-da-prefeitura-satyrianas-deixa-de-ocupar-praca-roosevelt-pela-1a-vez-em-18-anos/#respond Wed, 18 Oct 2017 14:20:54 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/10/652443-work-180x120.jpeg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=843 O Satyrianas, tradicional festival organizado anualmente pela companhia Os Satyros, deixará de ocupar a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, pela primeira vez em 18 anos.

Isso porque uma portaria, publicada em fevereiro pela Prefeitura de São Paulo, agora veda a realização de eventos e a concentração e dispersão de blocos carnavalescos na praça —segundo o documento, a medida atenderia a reclamações de moradores.

O festival acontecerá de 2 a 5 de novembro, mas ficará restrito aos teatros do entorno, como SP Escola de Teatro, Satyros, Parlapatões e Teatro do Ator, além de espaços parceiros, caso do Galpão do Folias (Santa Cecília).

O festival tampouco poderá se estender por 78 horas ininterruptas, como acontecia anteriormente, já que as atividades precisam ser encerradas à 1h (essa mudança será tema de um debate, na Casa do Baixo Augusta, durante a mostra).

A programação de peças, filmes e shows tem até agora 400 atrações confirmadas.

Elas Depois de estrear em Brasília, “L, O Musical”, de Sérgio Maggio, fará temporada nos CCBBs do Rio (a partir de 27 de outubro) e de São Paulo (em janeiro). Com Ellen Oléria e Elisa Lucinda no elenco, a peça fala sobre o amor entre mulheres.

Ellen Oléria e Elisa Lucinda (ao centro) em cena de “L, O Musical”, de Sérgio Maggio (FOTO Divulgação)

Verdades e mentiras Com o tema “Quem vai contar sua história?”, a décima edição do Fiac – Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia reúne 19 espetáculos que debatem sobre a construção da verdade na nossa sociedade. A mostra acontece de 24 a 29 de outubro em Salvador.

Pequeno ato

 

Deixe que todos vejam, que toda a Petersburgo veja, como andam mendigando pelas ruas os filhos de um pai nobre, que serviu ao estado e dedicou de corpo e alma a vida inteira ao serviço e, pode-se dizer, morreu trabalhando. Vamos ser mendigos! Mendigos nobres! Kólia vai dançar e cantar e o público vai nos dar esmola. E esse generaleco, esse generaleco… Esse generaleco estava comendo perdizes… E eu disse… “Vossa Excelência, o meu marido morreu… defenda os órfãos! o senhor conhecia bem o meu marido, e além disso, no dia da morte dele, o senhor Lújin, o maior dos canalhas caluniou a sua filha Sônia.” O generaleco começou a bater os pés por eu tê-lo incomodado… Ah, senhor Raskolnikhov, é o senhor! Eu taquei um tinteiro nele, lá mesmo, na sala dos empregados, tinha um tinteiro bem ali, na escrivaninha, ao lado das folhas que as pessoas assinam; eu também assinei, taquei e saí correndo. Que se dane! Eu mesma vou arranjar comida para essas crianças! Não vou mais me humilhar! Não, não!

Trecho de “K.I.”, versão de Daniel Gink para o romance “Crime e Castigo”, de Dostoiévski. Com direção de Ruy Cortez e Marina Tenório e atuação de Ondina Clais, está em cartaz no Sesc Ipiranga.

 

A atriz Ondina Clais durante ensaio do espetáculo “K.I.” (FOTO Lenise Pinheiro/Folhapress)
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Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi serão guardas do Taj Mahal em peça https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/08/25/reynaldo-gianecchini-e-ricardo-tozzi-serao-guardas-do-taj-mahal-em-peca/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/08/25/reynaldo-gianecchini-e-ricardo-tozzi-serao-guardas-do-taj-mahal-em-peca/#respond Fri, 25 Aug 2017 13:26:41 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/08/JANTAR_EM_HOMENAGEM_AOS_25_ANOS_DE_GRAACC_57610881-180x120.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=804 Dirigidos por Rafel Primot e João Fonseca, Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi irão estrear o espetáculo “Os Guardas de Taj”, do dramaturgo americano Rajiv Joseph.

A estreia acontece no dia 10 de novembro na cidade portuguesa de Braga. Depois segue por terras lusitanas: Famalicão, Póvoa do Varzim e, em dezembro, Lisboa.

O espetáculo chega a São Paulo no ano que vem.

Idealizada por Primot, a montagem tem produção da brasileira Morente Forte e da portuguesa Plano 6.

Texto de 2015 de Rajiv Joseph, a peça retrata dois guardas cujo ofício é ficar em frente ao Taj Mahal sem poder olhar para a majestosa construção.

Seleção No dia 2 de setembro, dentro do festival Cena Contemporânea, em Brasília, a editora Cobogó lança “O que Pensam os Curadores”, pesquisa da crítica teatral Michele Rolim sobre a curadoria de artes cênicas no Brasil

Pequeno ato

 

Espetáculo “Siete Grande Hotel: A Sociedade das Portas Fechadas”, do Grupo Redimunho, encenado nos porões do Hotel Cambridge (FOTO Katia Kuwabara/Divulgação)

SOLDADO – Capitão?

CAPITÃO – Sim…

SOLDADO – Eu ainda estou vivo?

(PAUSA LONGA)

CAPITÃO – Você respira?

SOLDADO – Sim, acho que sim…

CAPITÃO – Então está vivo…

SOLDADO – Sinto um vazio…

CAPITÃO – Vazio?

SOLDADO – Sim…

CAPITÃO – Bobagem, isso passa…

SOLDADO – Ganhamos?

CAPITÃO – Sim, ganhamos…

SOLDADO – Foi uma boa luta, não é?

CAPITÃO – Sim… Uma grande luta…

SOLDADO – Sobrou alguém?

CAPITÃO – Não, não sobrou ninguém… Destruímos tudo…

SOLDADO – Então deve ser isso…

CAPITÃO – Isso o quê?

SOLDADO – O vazio…

Trecho de “Siete Grande Hotel: A Sociedade das Portas Fechadas”, de Rudifran Pompeu para o Grupo Redimunho de Investigação Teatral, que estreia em 10/9 no Espaço Redimunho de Teatro e nos porões do Hotel Cambridge.
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Letícia Sabatella e Fernando Alves Pinto serão Edith Piaf e Bertolt Brecht em musical https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/07/14/leticia-sabatella-e-fernando-alves-pinto-serao-edith-piaf-e-bertolt-brecht-em-musical/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/07/14/leticia-sabatella-e-fernando-alves-pinto-serao-edith-piaf-e-bertolt-brecht-em-musical/#respond Fri, 14 Jul 2017 05:00:22 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/brecht-e-piaf-180x120.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=756 O casal Letícia Sabatella e Fernando Alves Pinto prepara um novo trabalho musical em dupla, “A Vida em Vermelho – Brecht e Piaf”, dirigido por Bruno Perillo, com produção de Alexandre Brazil e dramaturgia de Aimar Labaki.

A peça lembra “Caravana Tonteria”, em que os atores, dirigidos por Arrigo Barnabé, criavam uma espécie de cabaré e interpretavam músicas de Cole Porter a Chico Buarque —ficou famoso na internet um vídeo de Sabatella cantando “Geni e o Zepelim”.

Em “A Vida em Vermelho”, o casal de atores interpretará uma dupla clownesca: Edith e Bertoldo, versões da cantora francesa Edith Piaf (1915-63) e do diretor alemão Bertolt Brecht (1898-1956). “Há um contraponto entre o racional de Brecht e o irracional de Piaf”, diz Sabatella. Ao mesmo tempo em que narram as histórias dos artistas, cantam composições deles, numa espécie de competição musical.

“O repertório deles é muito formador”, afirma a atriz. Haverá, contudo, músicas de outros autores. “Entra uma Rita Lee no meio, um Chico Buarque.” Os atores serão acompanhados de músicos no palco.

A montagem estreia no dia 6 de outubro no Sesc Santo André, no ABC paulista, e em novembro vai para o Sesc Santo Amaro, em São Paulo.

Reluz

 

Visagismos de Claudinei Hidalgo para as personagens Celeste (papel de Mel Lisboa) e Boca de Ouro (Malvino Salvador) na versão de Gabriel Villela da peça de Nelson Rodrigues; estreia em 11/8 no Tucarena (Imagem: Reprodução)

Eu sem ela Ao receber o troféu pelo conjunto da obra no prêmio Aplauso Brasil, na terça (11), Maria Alice Vergueiro chamou Renato Borghi ao palco. Lembraram de quando atuaram juntos em “O Rei da Vela”, nos anos 1970, e ele, que fará uma remontagem do espetáculo do Teatro Oficina, indagou: “Agora como vou fazer sem você?”. Ao que ela retrucou: “Ah, [a peça] não vai contar comigo?”.

Marcas Em “Para Não Morrer”, que acaba de estrear no Sesc Pinheiros, Nena Inoue contorce o corpo, deformando mãos, boca e pés, para dar forma a uma mulher marcada pela ditadura. “É muito simbólico que essa mulher, apesar de ter um problema físico, resiste e fala muito”, conta a atriz.

Pequeno ato

 

Homem: A casa vazia parece diferente.

Mulher: Quanto tempo foi, mesmo, que nós moramos aqui? 15 anos?

Homem: Não, foi menos. Foram menos de 10 anos.

Mulher: Pareceu tanto tempo.

Homem: Acho que foram 7 anos. Nós mudamos pra cá depois que a minha avó morreu.

Mulher: A sua avó estava viva quando nós mudamos pra cá.

Homem: Não, ela já tinha morrido. Essa mesa era da casa da minha avó. Eu fiquei com a mesa quando se desfizeram da casa dela.

Mulher: Essa mesa era o único móvel que nós tínhamos, quando viemos morar aqui.

Homem: (observa um vaso com uma flor murcha na mesa) Antes eu gostava muito de flor.

Mulher: Essa mesa você pode levar. É sua.

Homem: Às vezes, eu acho que as coisas da pessoa deviam ser enterradas junto com ela.

Trecho de “Escombro”, que o Grupo Sobrevento, com o Théâtre de Cuisine e o Théatrenciel, estreia em 11/8.
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Doença de mãe inspira atriz a interpretar Stela do Patrocínio https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/06/30/doenca-de-mae-inspira-atriz-a-interpretar-stela-do-patrocinio/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/06/30/doenca-de-mae-inspira-atriz-a-interpretar-stela-do-patrocinio/#respond Fri, 30 Jun 2017 05:00:31 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=740 Cleide Queiroz irá interpretar Stela do Patrocínio (1941-1988) em monólogo escrito e dirigido por Elias Andreato.

“Palavra de Stela do Patrocínio” estreia no dia 7 de agosto no Top Teatro e é baseado em registro em áudio feito dos textos da poeta nos anos 1980 pelas artistas plásticas Neli Gutmacher e Carla Guagliardi –esquizofrênica, Stela nunca escreveu sua obra.

Cleide relaciona a história com a da sua própria família: “Minha mãe era esquizofrênica e aos 16 anos eu cuidava dela”, conta a atriz, que celebra 50 anos de carreira. “No começo, até hesitei um pouco em fazer a peça.”

Em sua interpretação da poeta, Cleide coloca também lembranças de sua mãe. “A postura, os delírios, as alucinações, eu presenciei isso, então eu coloquei no espetáculo. Fica uma homenagem à minha mãe a à Stela.”

Família

 

Letícia Isnard (esq.) e Guida Vianna estão em ‘Agosto’, 1ª versão do texto de Tracy Letts no país; dirigida por André Paes Leme, estreia em 3/8 no Oi Futuro, no Rio (FOTO Silvana Marques/Divulgação)

Aos fatos Na leitura que farão de “Um Homem É um Homem”, neste fim de semana no Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, a Mundana Companhia e a diretora Cibele Forjaz irão mesclar à obra de Bertolt Brecht o noticiário sobre o Brasil. A ideia é sobrepor a realidade à ficção.

Aos fatos 2 Na discussão do real X fictício, o grupo filmou cenas do julgamento do protagonista (projetadas em vídeo) no Palácio da Justiça de SP.

Evangelho O cantor e performer Lineker fará sua estreia no teatro em “ANTIdeus, peça do dramaturgo e diretor Carlos Canhameiro que cuja temporada inicia em 7/7 no CCSP. O texto discute como o extremismo religioso pode afetar minorias.

Retorno Após as três únicas sessões de “A Estrada de Wolokolamsk” no teatro Cacilda Becker neste fim de semana, a montagem do texto de Heiner Müller, dirigida por Esther Góes e Ariel Borghi, já tem temporada marcada no mesmo palco: a partir de setembro.

Sair do papel Luís Valente diz que ainda procura alguém para montar sua peça “O Amor Impossível do Valente Assis”, lançada em 2009 pela Giostri e inédita no teatro.

Pequeno ato

 

ROSALINA: Lê logo o poema.

ROMEU: Eu só quero te conhecer. Quero saber sua cor favorita. Não durmo pensando se você prefere a gentil brisa da noite ou abraço quente da manhã. (…) Porque eu quero viver minha vida para você.

ROSALINA: É, essa foi melhorzinha que a outra. Parabéns, Romeu. Por hoje é só (…)

ROMEU: O quê? Não. Você achou que era um poema? Era só eu falando mesmo! Nossa, esse foi o elogio mais impressionante que eu já ouvi na vida. Você lembra o que eu falei? (…)

ROSALINA: Não. Já esqueci.

ROMEU: Dizem que a genialidade é efêmera como um relâmpago.

Trecho de “Nem Romeu Nem Julieta”, de Julia Fovitzky, que estreia em 1º/7 no Inbox Cultural
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‘O Alienista’, de Machado de Assis, vai virar musical https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/06/23/o-alienista-de-machado-de-assis-vai-virar-musical/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2017/06/23/o-alienista-de-machado-de-assis-vai-virar-musical/#respond Fri, 23 Jun 2017 05:00:07 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/O-OLHAR-DE-MACHADO-DE-ASSIS_57535999-180x135.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=727 O músico Ricardo Severo prepara para o próximo ano uma versão musical de “O Alienista”, de Machado de Assis.

Severo diz que o interesse pelo texto vem da temática e da linguagem irônica e debochada de Machado. “Fala de uma pessoa que decide o destino de outros. Nada é mais pertinente para se discutir hoje.”

Segundo o músico, a montagem também é uma busca por uma linguagem própria de nossos musicais. Ele assina o texto e as canções inéditas do espetáculo, que lista no elenco Rubens Caribé (Simão Bacamarte), Amanda Acosta, Beto Sargentelli e Paula Capovilla.

As músicas de “O Alienista” têm por base ritmos da virada do século 19 para o 20 –como modinhas, sambas e maxixes–, mas com interferências eletrônicas de sintetizadores, conta Severo.

 

 

Trio

 

Bete Coelho (esq.), Denise Assunção e Magali Biff serão dirigidas pelo polonês Radoslaw Rychcik em ‘As Criadas’, de Jean Genet; estreia no FIT-Rio Preto em 7/7. Na montagem, Denise interpreta Madame, que trata de forma abusa as empregadas, vividas por Bete e Magali (Foto: Piotr Lis/Divulgação)

Sincretismo O musical “Rio Mais Brasil”, que estreia em 27/7 no Oi Casa Grande (Rio), com direção de Ulysses Cruz, colocará um rap em “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. O verso “Terra de Nosso Senhor” será seguido de “…de Oxalá, de Iemanjá, de Jesus”.

Ponte Robson Catalunha, ator dos Satyros, foi selecionado para trabalhar no Watermill, centro do diretor Bob Wilson. Ele passará 40 dias em Nova York, a partir de 14/7, pesquisando performance.

Lente A mundana companhia apresenta, em 28 e 29/7, no Teatro Oficina, “Máquinas do Mundo”, que transita entre as artes plásticas, a literatura e o teatro e é o embrião de uma futura peça do grupo. O trabalho busca em Drummond (” A Máquina do Mundo”), Clarice Lispector (“A Paixão Segundo GH”) e Machado de Assis (“Brás Cubas”) uma “máquina” para ver o mundo de forma experimental, livre dos nossos padrões.

De 7 em 7 Luciano Chirolli estará no teatro sete dias por semana a partir de 28/7, quando interpretará Maiakóvski em “Plenos Pulmões”, no CCBB. Ele se alternará entre a peça e “Ponto Morto”, que reestreia em 4/7 no Sérgio Cardoso.

Pequeno ato

 

Nossa história começa com esta mesa.
Uma mesa de madeira.
No teatro.
Em uma mesa banquetes são oferecidos.
Em uma mesa banquetes são organizados. Decididos.
Em uma mesa, também, a fome pode ser decidida. Organizada.
Porque a fome, como o banquete, são decisões.
Organizam-se banquetes e fome.
Decidem-se banquetes e fome.

Não há fatalidade. A fome é uma decisão, como o banquete.
A fome tem muitas causas, a falta de alimentos não é uma delas.
A causa da fome é a riqueza, não a pobreza.
Há guerras, sim. Há secas, gafanhotos, inundações, pragas. Sim.
Mas a fome é uma decisão.

Trecho de “Fome.com”, que a Kiwi Cia. de Teatro estreia em 14/7 no CCSP
Croqui do cenário de ‘Fome.com’, da Kiwi Companhia (Reprodução)
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