Dramáticas https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br Maria Luísa Barsanelli Wed, 14 Nov 2018 16:26:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Heliópolis recebe segunda edição de mostra de teatro https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/heliopolis-recebe-segunda-edicao-de-mostra-de-teatro/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/heliopolis-recebe-segunda-edicao-de-mostra-de-teatro/#respond Fri, 30 Sep 2016 05:00:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=294 GUSTAVO FIORATTI

No ano passado, a Cia. de Teatro Heliópolis, um dos grupos mais atuantes na periferia paulistana, levantou com edital público R$ 50 mil para a 1ª Mostra de Teatro Heliópolis. Segundo a produção, 20 espetáculos atraíram cerca de 2.500 pessoas para ruas e pontos culturais da região.

Neste ano, previu-se R$ 35 mil para a segunda edição, mas o grupo não teve êxito: arrecadou apenas R$ 950 por crowdfunding. O festival vai acontecer mesmo assim: começa nesta sexta-feira (30) e vai até domingo (2), com espetáculos gratuitos em centros culturais e lugares públicos. A Companhia do Miolo e o Coletivo Negro estão na programação. A grade da mostra, que tem curadoria de Alexandre Mate, pode ser vista no site www.ciadeteatroheliopolis.com.br/mostra.

Com a drástica redução de recursos, o evento teve que abrir mão do sistema de vãs que buscava espectadores no metrô. O jeito foi inventar um disque-carona. Quem tiver interesse, pode ligar para (11) 2060-0318. O ponto de encontro é na estação Sacomã.

Presa no porão Uma mulher quis deixar o espetáculo, “Diálogos de Salomé com São João Batista”, que acontece no porão do teatro Sérgio Cardoso, antes do fim, mas não encontrava a saída.

Um absurdo Segundo o diretor Sergio Ferrara, o que incomodou a espectadora foi a nudez de um ator. Enquanto procurava a saída, diz o diretor, ela resmungava e falava em voz alta: é um absurdo!.

Bienal A mostra no prédio do Ibirapuera tem em sua programação a peça “Coração do Espantalho”, apresentada por Naufus Ramírez-Figueroa (Guatemala). Gratuita, ela é encenada às 15h dos sábados.

Com parceria de artesãos, diretor do espetáculo criou vestuários e adereços para os personagens: uma oligarca, um ditador, um soldado
Com parceria de artesãos, diretor do espetáculo criou vestuários e adereços para os personagens: uma oligarca, um ditador, um soldado (Leo Eloy/Estúdio Garagem/Fundação Bienal de SP)

Pequeno ato

 

Merde.
Isto é o Brasil, estes são os brasileiros:
incompetentes, indolentes, dissimulados, impontuais…
Incapazes, todos vocês, de se comportarem como homens honrados.
Um país de merde, habitado por uma gente de merde.
Merde alors!
É por isso que esta selva nunca se tornará uma civilização:
são,
e sempre serão,
macacos.
Me leve de volta ao Palace Hotel!
Quero espairecer um pouquinho, aproveitar o que os trópicos tem de melhor:
um passeio de barco,
caçar capivaras no alto da serra…

Trecho de “Leite Derramado”, adaptação de Roberto Alvim para livro de Chico Buarque; estreia em 14/10 no Sesc Consolação
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Alexandre Borges irá dirigir Tonico Pereira em montagem de ‘Palhaços’, de Timochenco Wehbi https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/08/05/alexandre-borges-ira-dirigir-tonico-pereira-em-montagem-de-palhacos-de-timochenco-wehbi/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/08/05/alexandre-borges-ira-dirigir-tonico-pereira-em-montagem-de-palhacos-de-timochenco-wehbi/#respond Fri, 05 Aug 2016 05:00:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=168 Alexandre Borges prepara para o ano que vem uma montagem de “Palhaços”, comédia de 1971 de Timochenco Wehbi.

Borges irá dirigir Tonico Pereira e Fioravante Almeida no texto, sobre um palhaço que, após uma apresentação, recebe um fã em seu camarim.

O projeto ainda prevê uma homenagem a Tonico, que completa 50 anos de carreira em 2017 –uma instalação com fotos e cartazes dos trabalhos do ator deve ocupar o hall do teatro. A ideia é começar os ensaios em janeiro, diz Fioravante, que foi dirigido por Borges em “Muro de Arrimo” (2015).

Bossa

 

Os atores Letícia Persiles e Thiago Fragoso estão em 'Garota de Ipanema, o Amor É Bossa', musical dirigido por Gustavo Gasparani, que inaugura o Teatro Riachuelo, no Rio, no dia 26 de agosto (André Wanderley/Divulgação)
Os atores Letícia Persiles e Thiago Fragoso estão em ‘Garota de Ipanema, o Amor É Bossa’, musical dirigido por Gustavo Gasparani, que inaugura o Teatro Riachuelo, no Rio, no dia 26 de agosto (André Wanderley/Divulgação)

Diário da pantera

 

Em recente turnê pelo Brasil com a montagem “Why the Horse”, em que encena a própria morte, a atriz e diretora Maria Alice Vergueiro, 81, coletou algumas histórias:

“Achei bem excitante uma vez que uma mão firme, provavelmente de um homem, me introduziu R$ 20 dentro do sutiã. Ui! Guardo essa nota na carteira dobradinha como um grão de romã”.

E perdeu as contas da “quantidade de baseadinhos que são jogados em cima do meu corpo”, conta, por e-mail, a atriz, que fez uma senhora que fuma maconha no curta “Tapa na Pantera” (2006). “O que isso quer dizer? Não sei, mas foi comigo. Ahahaha.”

Maria Alice Vergueiro e Luciano Chirolli em 'Why the Horse', que excursionou pelo festival palco Giratório (André Stefano/Divulgação)
Maria Alice Vergueiro e Luciano Chirolli em ‘Why the Horse’, que excursionou pelo festival Palco Giratório (André Stefano/Divulgação)

Música Depois de uma temporada no Rio, a atriz Nathalia Timberg estreia o espetáculo “33 Variações” no dia 9 de setembro, no Teatro Nair Bello. Dirigida por Wolf Maya, a peça de Moisés Kaufman é inspirada na composição “33 Variações em Sol Maior, Opus 120”, de Beethoven.

E letra Com os atores Julia Lemmertz e Caio Blat no elenco, “A Comédia Latino-Americana” estreia no dia 12 de setembro, no Sesc Belenzinho. Antes disso, passa pelo Festival Mirada, em Santos. A peça dirigida por Felipe Hirsch é a segunda parte de um projeto que investiga as contradições da América Latina a partir da literatura da região.

Pequeno ato

 

Um layout?, ela disse
Sim.
O que é um layout?
São quatro ou cinco fotografias de você fazendo alguma coisa.
Muito bem. E o que você quer que eu faça?
Bem, aí está a sua mala de viagem, digamos que você está desfazendo a mala.
Oh não, é a Senhorita Toklas quem sempre faz isso, oh não, eu não poderia fazer isso.
Bem, aí está o telefone, digamos que você fale ao telefone.
Bem, mas eu nunca faço isso. É a Senhorita Toklas quem o faz. Eu não poderia falar ao telefone.
Bem, e o que você pode fazer, então?
Bem, eu posso colocar o chapéu e tirar o chapéu e vestir o casaco e tirar o casaco e gosto de água posso beber um copo de água. Bem, eu posso sim colocar e tirar o chapéu e vestir e tirar o casaco e gosto de água posso sim beber um copo de água. Veja, eu posso colocar o chapéu e o casaco e tirar o chapéu e o casaco gosto de água, sim, gosto de água.
Oh não isso eu não poderia fazer, quem sempre faz isso para mim é Senhorita Toklas.
Oh não isso eu não poderia fazer porque Gertrude Stein já escreveu a minha autobiografia, desculpe, quanto a isso eu não posso fazer nada. O que eu poderia fazer isso sim é escrever um livro de receitas. O que você acha? ”

Trecho de “Alice, Retrato de Mulher que Cozinha ao Fundo”, texto de Marina Corazza que a atriz Nicole Cordery estreia no dia 8 de agosto no Sesc Consolação

 

Nicole Cordery em 'Alice, Retrato de Mulher que Cozinha ao Fundo' (João Caldas/Divulgação)
A atriz Nicole Cordery no monólogo ‘Alice, Retrato de Mulher que Cozinha ao Fundo’ (João Caldas/Divulgação)

 

 

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Projeto levará óperas com drag queens ao Arouche https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/29/projeto-levara-operas-com-drag-queens-ao-arouche/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/29/projeto-levara-operas-com-drag-queens-ao-arouche/#respond Fri, 29 Jul 2016 05:00:27 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=159 Um projeto chamado “Divas no Arouche” pretende levar ao largo do centro paulistano uma série de óperas com estética drag queen. “Queremos fazer uma ponte entre as divas do movimento LGBT que frequentam o largo à noite e as divas originais, as da ópera”, explica Manoel Zanini, diretor-geral do projeto

A ideia é apresentar, ao longo do primeiro semestre do próximo ano, versões reduzidas de 13 óperas clássicas –como “Carmen”, “La Bohème”, “O Barbeiro de Sevilha”, “A Flauta Mágica” e “La Traviata”–, interpretadas pela Orquestra Metropolitana.

As montagens serão encenadas no meio da praça, sem cenário, e abertas aos passantes do largo. “Queremos fazer no chão, na calçada mesmo”, afirma Zanini.

Os figurinos devem mesclar referências de época com o visual drag queen. Cada sessão terá de 20 a 30 músicos, entre coralistas e instrumentistas, em apresentações de pouco mais de uma hora.

Quatro drag queens irão recepcionar o público, e a produção negocia escalar Silvetty Montilla como a mestre de cerimônias.

O projeto está em fase de captação –acaba de ser autorizado a captar R$ 3,7 milhões via Lei Rouanet.

Mansão

 

Projeto de Rogério Falcão do cenário de 'O Que Terá Acontecido a Baby Jane?'; a versão de Charles Möeller e Claudio Botelho estreia em 19/8 no Teatro Porto Seguro (Divulgação)
Projeto de Rogério Falcão para o cenário de ‘O Que Terá Acontecido a Baby Jane?’; a montagem de Charles Möeller e Claudio Botelho, com Eva Wilma e Nicette Bruno como as irmãs Jane e Blanche, estreia em 19 de agosto no Teatro Porto Seguro (Divulgação)

 

Oitentista Otávio Martins dirige “La Estupidez”, comédia do argentino Rafael Spregelburd sobre um grupo de pulhas que tentam enriquecer na Las Vegas dos anos 1980. Compõem o elenco Marcello Airoldi, Lucas Salles, Juliana Araripe, Cris Wersom e Thiago Adorno. A estreia está marcada para 28 de setembro no Teatro Porto Seguro.

Quarentão O crítico Dib Carneiro Neto lança hoje o site www.pecinhaeavovozinha.com.br, dedicado ao teatro infantil. Entre os materiais de abertura está um depoimento em vídeo do compositor Chico Buarque sobre o musical “Os Saltimbancos”, que completa quatro décadas no ano que vem.

Pequeno ato

 

A minha mãe foi comprada por meu pai, numa liquidação. Ela estava pendurada, junto com outras, num grande cabide circular. Como o dinheiro de meu pai não lhe permitia adquirir lançamentos novos e nem modelos sofisticados, contentou-se com Dona Eulália mesmo, fim de estoque, mas preço de ocasião. Assim que chegou em casa, já longe da agitação da loja, onde homem escolhia mulher, homem pagava mulher, homem enfiava mulher em saco pardo, e às vezes levava duas para aproveitar o bom negócio. Já menos atordoado, ficou desconfiado se sua aquisição precipitada não deixaria a desejar… Mas não é que Dona Eulália, escolhida a dedo por Sr. Augusto, dentre as que tinham, era uma esposa doce, dedicada e que sufocava meu pai de cuidados. Para que ninguém a acusasse de ser uma esposa descuidada, jamais permitia que ele ficasse com as roupas mal passadas. Constantemente podíamos ver Dona Eulália, debruçada sobre a tábua com o olhar vigilante, caçava dobras, desfazia pregas, aplainava punhos e peitos, e afiava o vinco das calças. A poder de ferro e goma, envolta em vapores, alcançava o ponto máximo de sua arte ao extrair dos colarinhos lisos brilhos de celuloide

Trecho de “Como Todos os Atos Humanos”, texto da atriz Fani Feldman a partir das obras de Marina Colasanti, Nelson Coelho e Giorgio Manganelli; a peça da Cia do Sopro estreia em 4/8 no Núcleo Experimental

 

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Novela ‘Roque Santeiro’ vai virar musical em 2017 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/22/novela-rock-santeiro-vai-virar-musical-em-2017/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/22/novela-rock-santeiro-vai-virar-musical-em-2017/#respond Fri, 22 Jul 2016 05:00:00 +0000 https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/files/2016/07/roque-santeiro2-180x101.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=141 “Roque Santeiro”, novela de Dias Gomes, vai ganhar versão musical dirigida por Debora Dubois. A estreia está marcada para janeiro de 2017 no teatro Faap, em São Paulo.

O elenco principal —Cabo Roque, Viúva Porcina e Sinhô Malta— deve ser definido em meados de agosto e haverá audições em setembro para os demais papéis.

Segundo o produtor Edinho Rodrigues, a produção partiu de uma versão musical —nunca encenada— feita pelo próprio autor logo após a exibição da novela da Globo (entre 1985 e 86). Dias Gomes também chegou a escrever algumas músicas.

A trilha ainda não está definida, mas “será um musical bem brasileiro”, diz Edinho. “Teremos canções da novela e outras originais também.” A direção musical deve ficar a cargo de Zeca Baleiro.

Engrenagem

 

Chão criado por Fabio Namatame para o cenário de 'Esperando Godot'; o texto de Beckett; dirigido por Elias Andreato, estreia em 9 de setembro no Tucarena
Chão criado por Fabio Namatame para o cenário de ‘Esperando Godot’; o texto de Samuel Beckett; dirigido por Elias Andreato, estreia no dia 9 de setembro no Tucarena (Reprodução)

Se chorei ou se sorri

 

Escrita por Newton Moreno, “Berço de Pedra” estreia no dia 30 de setembro no Centro Cultural São Paulo.

A montagem terá direção de William Pereira e elenco formado pelos atores Débora Duboc, Luciana Lyra, Cristina Cavalcanti, Miriam Mehler e Eucir de Souza.

São cinco histórias que têm em comum o tema da maternidade, explica o dramaturgo. “É um texto triste. Juro que eu tentei uma coisa leve, mas não deu”, brinca.

Moreno, que acaba de lançar seu primeiro livro de contos (“Ópera”), também prepara uma segunda publicação de histórias curtas.

Caros amigos Após estrear no Festival Mirada (Santos) em 15/9, “Leite Derramado”, adaptação do livro de Chico Buarque dirigida por Roberto Alvim, iniciará temporada no Sesc Consolação em meados de outubro. Chico deve comparecer à estreia em SP.

Essa moça tá diferente Dirigida por João Fonseca, a versão nacional de “A Reunificação das Duas Coreias”, do francês Joël Pommerat, estreia em SP em setembro, no Teatro MorumbiShopping, com Letícia Isnard substituindo Louise Cardoso.

À flor da pele “O Homem Elefante”, montagem da companhia aberta com direção de Cibele Forjaz e Wagner Antônio para o texto de Bernard Pomerance, chega ao Centro Compartilhado de Criação em 3/9.

Daniel Carvalho Faria, Vandré Silveira, Regina França e Davi de Carvalho em 'O Homem Elefante' (Rodrigo Castro/Divulgação)
Daniel Carvalho Faria, Vandré Silveira, Regina França e Davi de Carvalho em ‘O Homem Elefante’ (Rodrigo Castro/Divulgação)

Pequeno ato

 

OLGA – Não queime nada, Masha. Quem sabe a Rússia se incendeie sozinha. Aconteça o que acontecer, sempre teremos a arte. Quem sabe, passado muito tempo, as coisas continuem do mesmo jeito. Continue existindo pobres, continue existindo ricos, continue havendo soldados disparando contra as pessoas nas ruas. Mas sempre vamos poder seguir sonhando e poder seguir dizendo: nada muda, tudo segue igual, é preciso queimar tudo.

Trecho de ‘Neva’, tradução de Celso Curi para a peça do chileno Guillermo Calderón que o Núcleo de Criação Isso Não É Um Grupo estreia no dia 12 de agosto no Centro Cultural São Paulo
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Leopoldo Pacheco fará musical de ‘Tristão e Isolda’ em versão ópera-rock https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/15/leopoldo-pacheco-fara-musical-de-tristao-e-isolda-em-versao-opera-rock/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/15/leopoldo-pacheco-fara-musical-de-tristao-e-isolda-em-versao-opera-rock/#respond Fri, 15 Jul 2016 05:00:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=123 O diretor Leopoldo Pacheco e sua mulher, a produtora Bel Gomes, farão uma versão musical da tragédia “Tristão e Isolda”. “Queremos transformar ‘Tristão e Isolda’ numa ópera-rock”, diz Pacheco.

A direção musical ficará a cargo de Daniel Rocha (de “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz”) e os textos serão de Bel e de Igor Miranda –que interpretou Cazuza no musical sobre o cantor.

O elenco ainda não foi definido. O projeto está em fase de captação (foi autorizado a captar R$ 1,8 milhão via Lei Rouanet) e deve estrear no ano que vem.

Na coxia

 

Alexandre Nero interpreta um artista de 2º escalão no musical 'O Grande Sucesso'; a peça, escrita e dirigida por Diego Fortes, estreia em 12/8 no Teatro Vivo (Priscila Prade/Divulgação)
Alexandre Nero interpreta um artista de segundo escalão no musical ‘O Grande Sucesso’; a peça, escrita e dirigida por Diego Fortes, estreia no dia 12 de agosto no Teatro Vivo (Priscila Prade/Divulgação)

Barbara e o bardo

 

O lançamento nesta semana de “O Mundo É um Palco”, livro com textos de admiradores de Shakespeare (como Fernanda Montenegro e Pedro Bial), terá desdobramentos celebrando os 400 anos de morte do dramaturgo.

Liana Leão, que trabalhou com Barbara Heliodora (1923-2015) e é uma das autoras do livro, organiza uma homenagem à tradutora do bardo. Em novembro, a UFPR, em Curitiba, recebe palestras, concertos e uma récita com o ator Diogo Vilela.

Em São Paulo José Ernesto Bologna, outro autor da obra, planeja eventos para o segundo semestre em instituições de ensino.

Brasil No dia 18 agosto, o Grupo Galpão leva seu novo trabalho, “Nós”, ao Teatro Anchieta, no Sesc Consolação. Trata-se de um estudo sobre o atual contexto político do país. A direção é de Marcio Abreu (da Companhia Brasileira de Teatro).

Batuque Em “Espartanos”, do diretor e dramaturgo Pedro Garrafa, os quatro atores tocam um cajon –instrumento de percussão peruano semelhante a uma caixa acústica.

Batuque 2 O ritmo do cajon acabou ditando a construção das falas, explica o dramaturgo. A peça, que trata da violência em tempos de videogames e redes sociais, estreia na terça (19) no CCSP.

Pequeno ato

 

M – Pode ser.

R – Pode?

M – Pode, sim. Pode ser aí que esteja minha imaturidade. E quanto a você? Não sei, fico com a impressão de que você tem medo de ser dependente de alguém, de assumir seus desejos, como se tivesse vergonha de mostrar seu lado frágil, e faz tudo pra dissimular. Talvez esteja convicto de que as mulheres não o aceitarão como menino, bobo, piegas. E a pior dessas máscaras é encarnar esse personagem fodão, sabe tudo, super seguro, super adulto, super auto-suficiente…

R – Pode ser.

M – Pode?

Trecho de ‘Estudo sobre o Masculino: Primeiro Movimento’, de Antonio Duran e Bruna Menezes, resultado do programa de residência artística do Teatro da Vertigem; estreia em 21/7 no Vertigem

 

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Festival francês de dança contemporânea chega ao Brasil no segundo semestre com 15 atrações https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/festival-frances-de-danca-contemporanea-chega-ao-brasil-no-segundo-semestre-com-15-atracoes/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/festival-frances-de-danca-contemporanea-chega-ao-brasil-no-segundo-semestre-com-15-atracoes/#respond Fri, 08 Jul 2016 05:00:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=110 O Brasil recebe, entre 18 agosto e 15 de novembro, a primeira edição latina do France Dance, vitrine da dança francesa contemporânea que já teve versões em outros países da Europa e nos EUA.

O evento é organizado pelo Institut Français e pela embaixada da França no Brasil. Passará por festivais (como o Porto Alegre em Cena), galerias e teatros de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Londrina.

 

A programação terá 15 atrações francesas. O coreógrafo Jérôme Bel apresentará seu “Gala”. Christian Rizzo encena o espetáculo “Sakinan”, Maguy Marin, “BiT”, Fabrice Lambert trará seu “Nervures” e a Compagnie Käfig encena a coreografia”Pixel”.

Completam a listra de artistas Fabrice Ramalingom, Samuel Lefeuvre, Raphaëlle Latini, David Wampach, Frank Micheletii, François Chaignaud, Cecilia Bengolea, Nadia Beugré, Latifa Laâbissi e Herman Diephuis.

Haverá ainda programas de residência. A diretora Lia Rodrigues, por exemplo, fará ao lado da Escola de Dança da Maré, do Rio de Janeiro, trabalhos com Fabrice Ramalingom e Emmanuelle Huynh.

Solos

 

SOLOS Luiz Henrique Nogueira, Juliana Galdino e Caco Ciocler estão em 'Fluxorama', série de monólogos escritos por Jô Bilac e dirigidos por Monique Gardenberg; estreia em 22/7 no Sesc Ipiranga (Caio Galluci/Divulgação)
Luiz Henrique Nogueira (esq.), Juliana Galdino e Caco Ciocler estão em ‘Fluxorama’, série de monólogos escritos por Jô Bilac e dirigidos por Monique Gardenberg; a peça estreia no dia 22 de julho no Sesc Ipiranga
(Caio Galluci/Divulgação)

Fantasmas Magali Biff, Paulo Goulart Filho e Giovani Tozi irão compor o elenco de “As Luzes do Ocaso”, texto inédito de Maurício Guilherme (de “Atreva-se”) que terá direção de Neyde Veneziano. O suspense acompanha o passado que assombra uma antiga vedete do teatro de revista (Biff), que hoje vive enclausurada num casarão. Estreia no dia 5 de agosto no CCBB paulistano.

Libertino Álamo Facó prepara um novo monólogo para o ano que vem. “Será a trajetória sexual de um cara da minha idade [35 anos], com experiências louquíssimas e com o advento de aplicativos”, conta.

Pequeno ato

 

Olha, um lance dificílimo mesmo pra nós que temos esse recurso da repetição, que dirá ali no calor do momento. Uma possibilidade que me ocorre é nesse momento, entre os nove e os dez segundos de duração de sorriso, ele ter sido assaltado por uma lembrança da juventude, uma viagem que ele e esse amigo que ele acaba de cumprimentar fizeram quando jovens, e a expressão dele migrou pra uma zona cinzenta entre o choro e o riso, ou pra um choro abortado pela convenção social de não demonstrar sentimentos muito derramados em público.

Trecho de “Os Arqueólogos”, texto de Vinicius Calderoni com direção de Rafael Gomes que estreia em 12/8 dentro da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo

 

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70% dos projetos da Rouanet são de pequeno porte, diz pesquisa que analisa os 25 anos da lei https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/01/70-dos-projetos-da-rouanet-sao-de-pequeno-porte-diz-pesquisa-que-analisa-os-25-anos-da-lei/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/07/01/70-dos-projetos-da-rouanet-sao-de-pequeno-porte-diz-pesquisa-que-analisa-os-25-anos-da-lei/#respond Fri, 01 Jul 2016 05:00:29 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=97 A APTR (Associação dos Produtores de Teatro) publicará em e-book no fim do mês uma pesquisa sobre os 25 anos da Lei Rouanet. O levantamento foi coordenado por Henilton Menezes, ex-secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, a partir de dados do MinC.

“A lei nesses últimos anos foi muito demonizada e as informações não convergiam para o que a gente via”, diz Eduardo Barata, um dos diretores da APTR. “[A pesquisa] é um entendimento de como essa ferramente é importante para a cultura nacional.”

Segundo Bianca de Felippes, outra diretora da APTR, a pesquisa mostra que quase 70% dos projetos realizados são de até R$ 500 mil (de pequeno porte) e que o Fundo Nacional de Cultura, criado para descentralizar projetos, na realidade repete a proporção do mecenato (patrocínio): concentra-se no eixo Rio-São Paulo.

A associação pretende fazer ainda uma edição impressa com mil exemplares do livro. O custo (R$ 40 mil) deve ser dividido entre os associados.

Croqui

 

Figurino de  Fábio Namatame  para a personagem Eliza Doolittle, de 'My Fair Lady'; a montagem do  musical, com direção de Jorge Takla e o barítono Paulo Szot no elenco, estreia no dia 27 de agosto no Teatro Santander
Figurino de Fábio Namatame para a personagem Eliza Doolittle, de ‘My Fair Lady’; a montagem do musical, com direção de Jorge Takla e o barítono Paulo Szot no elenco, estreia no dia 27/8 no Teatro Santander

Arquivo aberto

 

“Gracias, Señor”, peça de 1972 do Teatro Oficina com músicas de Chico Buarque, deve ser recontada em documentário dirigido por Hermano Penna (“Aos Ventos que Virão”).

À época, o diretor trabalhava como assistente de fotografia de Jorge Bodanzky, que registrou em vídeo sessões do espetáculo no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo.

Penna encontrou cerca de 30 slides que fez da peça. “[O filme] vai começar mostrando para o [diretor] Zé Celso essas fotos que ele nunca viu. Vamos gravar a memória emotiva dele a partir dessas imagens”, diz Penna.

O projeto está em fase de captação.

Vale a pena ver de novo Noemi Marinho irá remontar seu primeiro texto, “Fulaninha e Dona Coisa”, com estreia marcada para novembro no Teatro Raul Cortez, em São Paulo. Escrita no fim dos anos 1980, a comédia, que retrata o embate entre uma empregada e sua patroa, vai ser repaginada e ganhar temas mais atuais.

Intocáveis “#broncadequê”, texto de Rogério Blat com direção de Ernesto Piccolo, estreia no dia 14 de julho no Teatro Sérgio Cardoso. O espetáculo juvenil, que fala do preconceito, conta com um ator com síndrome de Down (Pedro Baião) no elenco.

Pequeno ato

 

Eu vivi cinco anos na aldeia. Fiquei tão imersa que me senti à margem. Eu não era índia. Mas a cidade já não fazia parte da minha vida. A morte dentro da aldeia foi uma das cenas mais marcantes, o morto é arrumado como se fosse a uma festa e dizem que seus espíritos vão para a aldeia dos mortos. Quando o Gavião devora o espírito, a existência acaba ali. Fica como um vento. É por isso que todos os espíritos dos índios guerreiam contra os pássaros, para que possam continuar a sua vida na aldeia dos mortos junto aos seus parentes. É isso que acontece com os espíritos dos índios. Deve ser do mesmo jeito com todas as almas.

Trecho de “Gavião de Duas Cabeças”, que a atriz Andreia Duarte estreia em 5/7 na Funarte

 

colaborou GUILHERME GENESTRETI

 

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Mel Lisboa e Chico Carvalho serão par romântico em versão de Gabriel Villela para peça de Ibsen https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/24/mel-lisboa-e-chico-carvalho-serao-par-romantico-em-versao-de-gabriel-villela-para-peca-de-ibsen/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/24/mel-lisboa-e-chico-carvalho-serao-par-romantico-em-versao-de-gabriel-villela-para-peca-de-ibsen/#respond Fri, 24 Jun 2016 05:00:07 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=84 A montagem do diretor Gabriel Villela para a epopeia “Peer Gynt”, de Ibsen, irá reabrir o teatro do Sesi, na avenida Paulista, atualmente em reforma. A estreia será em 28/9, com um elenco encabeçado por Chico Carvalho (no papel-título) e Mel Lisboa (Solveig, o par romântico do protagonista). Os ensaios começam na terça (28).

O texto em cinco atos vai ser bastante reduzido para a montagem. “É um projeto antigo de Gabriel, então os cortes estão sendo fáceis”, diz o produtor Claudio Fontana.

A música terá presença forte, e entre os 15 atores do elenco estarão cantores e instrumentistas, como Dagoberto Feliz e Leticia Medella –que estiveram na versão de “A Tempestade” (2015) do encenador mineiro– e Marco França, do grupo Clowns de Shakespeare, que protagonizou “Sua Incelença Ricardo 3º” (2011), dirigida por Villela.

Os costumeiros figurinos e cenários barrocos do diretor também estarão presentes. “Ele foi recentemente ao Peru e trouxe muito material de lá”, conta Fontana. “E, como a história é uma epopeia do protagonista pelo mundo, cada cenário [dos diferentes locais] deve ter uma cara.”

 

Caixa de Pandora

 

Djin Sganzerla, André Guerreiro Lopes, Ricardo Bittencourt e Bete Coelho (de cima para baixo) são dirigidos pelo americano Steven Wasson em "A Melancolia de Pandora", que estreia em 15/7 no Sesc Belenzinho e irá aos EUA em 2017 (Jennifer Glass/Divulgação)
Os atores Djin Sganzerla, André Guerreiro Lopes, Ricardo Bittencourt e Bete Coelho (de cima para baixo) são dirigidos pelo norte-americano Steven Wasson em “A Melancolia de Pandora”, texto de Wasson com colaboração de Corinne Soum, que estreia no dia 15 de julho no Sesc Belenzinho. Em 2017, a peça fará temporada em San Francisco e Los Angeles (Jennifer Glass/Divulgação)

 

Céu de poeira

 

“Céus”, segunda peça do franco-libanês Wajdi Mouawad dirigida por Aderbal Freire-Filho –a primeira foi “Incêndios, em 2013–, teve sua estreia antecipada do fim do ano para o início de setembro. A produção recebeu na segunda (20) uma proposta de patrocínio na condição de que a temporada fosse adiantada. Será no Teatro Poeira, no Rio.

Com a mudança, o espetáculo perdeu dois atores (Guilherme Weber e Rodrigo Lombardi), que já tinham projetos agendados. Permanecem no elenco Silvia Buarque e Felipe De Carolis (também produtor da peça). Os demais atores ainda não foram definidos.

 

 

Canta, canta Diferentemente da sua primeira edição, em 2015, o segundo ano do Prêmio Reverência de Teatro Musical terá números musicais em sua cerimônia de entrega, à semelhança de troféus do gênero, como o Tony.

Canta, canta 2 A premiação, no dia 19 de julho, no Teatro Alfa, em São Paulo, será apresentada pelos atores Totia Meireles e Daniel Boaventura, que também cantarão.

Reestreantes A Cia. Hiato retorna com sua última montagem, “Amadores”, para três sessões gratuitas, nos dias 12, 19 e 26/7, no Itaú Cultural.

colaborou LÍGIA MESQUITA

 

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Festival Cena Contemporânea, em Brasília, terá Wagner feminista e Shakespeare de marionetes https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/17/festival-cena-contemporanea-em-brasilia-tera-wagner-feminista-e-shakespeare-de-marionetes/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/17/festival-cena-contemporanea-em-brasilia-tera-wagner-feminista-e-shakespeare-de-marionetes/#respond Fri, 17 Jun 2016 05:00:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=76 A programação do festival Cena Contemporânea, que vai de 23/8 a 4/9 em Brasília, terá o grupo chileno Viajeinmóvil, do diretor Jaime Lorca, com sua versão em marionetes de “Otelo”, que enfatiza o feminicídio da peça de Shakespeare. Já o argentino Pablo Rotemberg mostra “La Wagner”, que explora os preconceitos contra mulheres a partir da música de Richard Wagner.

De brasileiros, “A Floresta que Anda”, de Christiane Jatahy, “O Filho”, do Teatro da Vertigem, “Caranguejo Overdrive”, da Aquela Cia, e “Hysterica Passio”, do Teatro Kaus.

 

A bordo

 

O barco de 'Inútil a Chuva', em cartaz no Sesc Bom Retiro (Lenise Pinheiro/Folhapress)
O barco de ‘Inútil a Chuva’, em cartaz no Sesc Bom Retiro (Lenise Pinheiro/Folhapress)

O barco utilizado em “Inútil a Chuva”, da Armazém Cia, foi encontrado no clube de regatas do Botafogo, no Rio. “A gente queria aqueles de madeira, mais antigos”, explica o diretor Paulo Moraes.

Do clube veio o Lynce, como é chamado o barco, encostado havia anos, mas que tinha sido construído por um dos pioneiros do Botafogo, “‘seo’ Balthazar”, conta o encenador.

“Era um barco para dois remadores e precisou de muitos ajustes pra abrigar os quatro atores. Foi desmontado, sua parte central foi reconstruída e recebeu uma estrutura metálica que faz o suporte para que o barco ‘flutue’ no ar.”

 

 

A gota que falta A montagem do musical “Gota d’Água” com Laila Garin (“Elis, a Musical”) e Alejandro Claveaux estreia em setembro no Teatro Faap. A adaptação da peça de Chico Buarque e Paulo Pontes tem direção de Rafael Gomes (do recente “Um Bonde Chamado Desejo”).

 

Estranhos no paraíso O projeto do espetáculo “Estranhos.com” foi autorizado a captar R$ 1,14 milhão via Lei Rouanet. O texto da americana Laura Eason (“Sex with Strangers” no original) tem tradução de Sergio Flaksman, direção de Emílio de Mello e Deborah Evelyn e Felipe Abib no elenco. A previsão de estreia é no segundo semestre.

 

 

Pequeno ato

 

LUTADOR – De uns tempos para cá, as pessoas andam um pouco mais generosas comigo. Elas perdoam alguns lapsos de memória, alguns brancos, algumas confusões que eu faço, uns nomes que eu troco ou apago. Elas perdoam meu olhar que se fixa em um ponto do quarto onde não há nada para ver, e parecem perdoar as lágrimas que escapam diante deste vazio. Elas compreendem que por 17 anos eu levei muitas pancadas na cabeça e isso deve ter tirado algum parafuso do lugar, talvez tenha desarrumado toda a caixa de ferramentas. Algumas pessoas querem me levar para passear, e eu raramente vou, outras querem me visitar em casa e não escondem o quanto ficam desapontadas ao descobrir que eu vivo num apartamento de quarto e sala e que preciso de um cuidador 24 horas por dia, porque as coisas caem das minhas mãos, as coisas caem da minha boca e quase todo dia eu caio de mim mesmo. Depois elas novamente voltam a demonstrar ternura quando ficam sabendo que o cuidador é meu namorado e, ao mesmo tempo, meu filho —um garoto que eu adotei em um centro para menores infratores que hoje se transformou num homem grande e gordo, mas que continua a me olhar como se eu ainda fosse campeão de alguma coisa.

O que vocês gostariam que eu tivesse feito além de me esconder? Eram os anos 60, era o boxe, e era eu, um garoto negro. E, naqueles dias, não levava muito tempo para um garoto negro, um garoto negro e gay, descobrir que as maiores batalhas da sua vida teriam de ser travadas longe dos ringues. Eu tinha dois amigos, tão negros e tão gays como eu, e quando nós chegávamos nas boates, os porteiros diziam: chegaram Os Três Mosqueteiros. Um dia, um deles me disse que a gente deveria sentir orgulho, porque naqueles anos ser gay era motivo de cadeia, e a gente sempre conseguiu passar longe do xadrez.

Eu sempre gostei de homens e mulheres, mas não gostava das palavras homossexual, viado e bicha. Eu não tenho certeza do que eu sou, porque eu amei homens e mulheres do mesmo jeito e não queria ser lembrado só por isso. E nem por ter batido num homem até que ele morresse.

Se eu pudesse escolher, eu gostaria de ser lembrado como um cara que foi cinco vezes campeão do mundo. Eu acho que está na hora do meu remédio.

GONGO

Trecho de “12º Round”, texto de Sérgio Roveri que estreia no fim do ano, com direção de José Roberto Jardim
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Inspirada por momento político brasileiro, atriz e diretora prepara duas peças sobre ‘liberdade’ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/10/inspirada-por-momento-politico-brasileiro-atriz-e-diretora-prepara-duas-pecas-sobre-liberdade/ https://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/2016/06/10/inspirada-por-momento-politico-brasileiro-atriz-e-diretora-prepara-duas-pecas-sobre-liberdade/#respond Fri, 10 Jun 2016 05:00:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://dramaticas.blogfolha.uol.com.br/?p=65 Georgette Fadel prepara dois projetos sobre o tema “liberdade”. “É a minha questão hoje, tem a ver com o momento político pelo qual passa o Brasil”, diz a atriz e diretora.

Com a Cia. São Jorge de Variedades, ela encabeça uma das seis peças que o grupo prepara a respeito do assunto.

A de Georgette, dirigida por Elisa Ohtake, é baseada na filósofa e escritora francesa Simone Weil (1909-1943), que trabalhou como operária de uma fábrica para relatar em livro o ofício. “Ela foi em busca, empiricamente, do entendimento da vida operária. E descreve isso com uma fala amorosa, honesta.”

Georgette convidou as atrizes Patrícia Gifford (da São Jorge), Paula Klein e Julia Ariani para dividir a cena com ela.

Em paralelo, ela irá dirigir Caco Ciocler e Zé Azul em um novo texto do mineiro André Sant’Anna: ele está escrevendo para o trio uma peça que também trata de liberdade.

A ideia é estrear os trabalhos (ainda sem nome definido) ao mesmo tempo, no segundo semestre. Georgette está negociando com o Tempo Festival, no Rio, para emplacar as duas montagens na programação da mostra, que acontece em outubro.

 

WEIL X WEIL Natalia Gonsales no camarim de 'A Última Dança'; como Georgette Fadel, a atriz também se inspirou em Simone Weil para sua peça, que estreia em 13/6 no Viga (Lenise Pinheiro/Folhapress)
WEIL X WEIL Natalia Gonsales no camarim de ‘A Última Dança’; como Georgette Fadel, a atriz também se inspirou em Simone Weil para sua peça, que estreia em 13/6 no Viga (Lenise Pinheiro/Folhapress)

Construção

 

A Mundana Companhia está terminando um livro –ainda sem editora– sobre os processos de imersão de “Na Selva das Cidades – Em Obras”, série de ocupações inspirada na peça de Bertolt Brecht.

Em paralelo, o grupo abre para o público os treinamentos (como chama seus ensaios) do espetáculo. São duas datas no Tusp. No dia 19/6, às 11h, Cibele Forjaz e Lu Favoretto dirigem o elenco, que ensaiará sem falar seus textos –o foco serão os movimentos e expressões dos atores. No dia 24, às 15h, Cibele e Lucia Gayotto assumem o papel de “treinadoras”.

Os ingressos custam R$ 20.

A atriz Luah Guimarãez durante apresentação de "Na Selva das Cidades - Em Obras", da Mundana Companhia, em São José do Rio Preto (Renato Mangolin/Divulgação)
A atriz Luah Guimarãez durante apresentação de “Na Selva das Cidades – Em Obras”, da Mundana Companhia, em São José do Rio Preto (Renato Mangolin/Divulgação)

Deriva Alexandre Rodrigues, o Buscapé de “Cidade de Deus”, estará em “Barulho d’Água”, montagem da Companhia Nova de Teatro para texto do italiano Marco Martinelli.

Deriva 2 A peça, sobre os refugiados que atravessam o Mediterrâneo rumo à Europa, estreia no dia 1º/7, com apresentações em três teatros de São Paulo: João Caetano, Cacilda Becker e Alfredo Mesquita.

Mergulho A Cia La Plongée encena neste ano dois novos trabalhos no teatro Cemitério de Automóveis: “A Velha da Rua Excelsior”, com estreia em agosto, e o monólogo “Montaigne Desapareceu” (ainda sem data), de Lucas Mayor.

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