Após portaria da prefeitura, Satyrianas deixa de ocupar praça Roosevelt pela 1ª vez em 18 anos
O Satyrianas, tradicional festival organizado anualmente pela companhia Os Satyros, deixará de ocupar a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, pela primeira vez em 18 anos.
Isso porque uma portaria, publicada em fevereiro pela Prefeitura de São Paulo, agora veda a realização de eventos e a concentração e dispersão de blocos carnavalescos na praça —segundo o documento, a medida atenderia a reclamações de moradores.
O festival acontecerá de 2 a 5 de novembro, mas ficará restrito aos teatros do entorno, como SP Escola de Teatro, Satyros, Parlapatões e Teatro do Ator, além de espaços parceiros, caso do Galpão do Folias (Santa Cecília).
O festival tampouco poderá se estender por 78 horas ininterruptas, como acontecia anteriormente, já que as atividades precisam ser encerradas à 1h (essa mudança será tema de um debate, na Casa do Baixo Augusta, durante a mostra).
A programação de peças, filmes e shows tem até agora 400 atrações confirmadas.
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Elas Depois de estrear em Brasília, “L, O Musical”, de Sérgio Maggio, fará temporada nos CCBBs do Rio (a partir de 27 de outubro) e de São Paulo (em janeiro). Com Ellen Oléria e Elisa Lucinda no elenco, a peça fala sobre o amor entre mulheres.
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Verdades e mentiras Com o tema “Quem vai contar sua história?”, a décima edição do Fiac – Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia reúne 19 espetáculos que debatem sobre a construção da verdade na nossa sociedade. A mostra acontece de 24 a 29 de outubro em Salvador.
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Pequeno ato
Deixe que todos vejam, que toda a Petersburgo veja, como andam mendigando pelas ruas os filhos de um pai nobre, que serviu ao estado e dedicou de corpo e alma a vida inteira ao serviço e, pode-se dizer, morreu trabalhando. Vamos ser mendigos! Mendigos nobres! Kólia vai dançar e cantar e o público vai nos dar esmola. E esse generaleco, esse generaleco… Esse generaleco estava comendo perdizes… E eu disse… “Vossa Excelência, o meu marido morreu… defenda os órfãos! o senhor conhecia bem o meu marido, e além disso, no dia da morte dele, o senhor Lújin, o maior dos canalhas caluniou a sua filha Sônia.” O generaleco começou a bater os pés por eu tê-lo incomodado… Ah, senhor Raskolnikhov, é o senhor! Eu taquei um tinteiro nele, lá mesmo, na sala dos empregados, tinha um tinteiro bem ali, na escrivaninha, ao lado das folhas que as pessoas assinam; eu também assinei, taquei e saí correndo. Que se dane! Eu mesma vou arranjar comida para essas crianças! Não vou mais me humilhar! Não, não!
Trecho de “K.I.”, versão de Daniel Gink para o romance “Crime e Castigo”, de Dostoiévski. Com direção de Ruy Cortez e Marina Tenório e atuação de Ondina Clais, está em cartaz no Sesc Ipiranga.