Drica Moraes irá estrear em teatro de Bangu comédia que debate busca incessante pela beleza

As atrizes Ângela Rebello, Drica Moraes, Lorena da Silva e Solange Badim atuarão juntas em “Lifting “” Uma Comédia Cirúrgica”, primeira montagem brasileira da peça escrita pelo espanhol Félix Sabroso. A direção é de Cesar Augusto, da Cia dos Atores.

Montado pela primeira vez na Espanha em 2013, o espetáculo ironiza a busca incessante pela beleza –temática semelhante à da série “A Fórmula” (Globo), na qual Drica também atua. No seu tom humorístico, “Lifting’ tem referências do cabaré ao besteirol.

Segundo a produção, a peça não tem patrocínios ou verbas públicas e está sendo feita com recursos próprios (elenco, equipe criativa e produtores se cotizaram) e com um orçamento “pequeno” –não divulgado e que, diz a produção, ainda não foi fechado.

“Estamos montando no espírito da guerrilha”, diz Drica.

O trabalho estreia no dia 2 de setembro em Bangu, na periferia do Rio, um teatro com o qual a equipe tem parceria. Ali, faz sessões até 10/9, depois segue para Campinas, no interior paulista (15, 16 e 17/9) e para o festival Porto Alegre em Cena (23 e 24/9).

Colaborou LÍGIA MESQUITA

Inspiração

 

A Musa Heroica Companhia de Teatro cria improvisos com personagens femininas em ‘Relicário’, que estreia em 1º/9 na Oficina Cultural Oswald de Andrade (FOTO Paulo Barbuto/Divulgação)

Estrangeiro Com o projeto “Os que Vêm de Longe”, o grupo As Graças prepara para o próximo ano um espetáculo sobre imigrantes e refugiados em São Paulo. Eduardo Moreira, do Grupo Galpão, irá dirigir.

Auto A Cia. Barca dos Corações Partidos estreia temporada paulistana de “Suassuna – O Auto do Reino do Sol” no dia 25/8 no Sesc Vila Mariana.

Além-mar Em Angola para o festival do Cazenga, o Coletivo Negro está criando um projeto para estreitar as relações teatrais entre os dois países.

Dança “Depoimentos para Fissurar a Pele”, “DELLAS17”, “Sem Luz” e “Até a Lembrança do Cachorro do Vizinho Ainda Vive no Meu Corpo” foram contemplados em edital do ProAC.

Pequeno ato

 

IRMÃ – A vida é um conjunto de dias quaisquer atravessados por segundos eternos. A linearidade da minha rotina estava me transformando em pedra. Medusa de mim. Petrificando-me. Foi aí que a ficção transfundiu minha (mal) dita realidade. Só isso pra re-significar ser aqui ou estar ali. Esse é o começo. Tá confuso? Vamos organizar ao menos o começo já que o fim já tá perdido. O fim é como a morte, já está dito. Pra mim, a semana não começa no domingo. Na segunda feira um dia longo. Pra uma noite curta. Na terça o equilíbrio. Na quarta salada. Na quinta pastel. Na sexta saia. Sábado sei lá e no domingo só sei que nada sei. O que faço? Mato as personagens? Faço-as bem sucedidas? Me inspiro nos filmes americanos típicos ou nos típicos filmes franceses? De penúltimo caso recorro ao típico final de filme iraniano. Melhor que apelar para a escrita cinematográfica indiana ou para novelísticas mexicanas soluções no sentido soluço da palavra. Bebo vodca na poética literária fatalista russa ou tomo cerveja sem brinde com os irlandeses? Sinto o frio inspirado no dramaturgo sueco ou vou para a des-temperatura mágica dos latino-americanos? Morro e deixo a obra com todo glamour de uma obra semi-completa?

Trecho de “Irmãos”, parte do projeto “Lasanha de Berinjela”, de Vinícius Piedade, que estreia em 5/8 na SP Escola de Teatro.