Doença de mãe inspira atriz a interpretar Stela do Patrocínio
Cleide Queiroz irá interpretar Stela do Patrocínio (1941-1988) em monólogo escrito e dirigido por Elias Andreato.
“Palavra de Stela do Patrocínio” estreia no dia 7 de agosto no Top Teatro e é baseado em registro em áudio feito dos textos da poeta nos anos 1980 pelas artistas plásticas Neli Gutmacher e Carla Guagliardi –esquizofrênica, Stela nunca escreveu sua obra.
Cleide relaciona a história com a da sua própria família: “Minha mãe era esquizofrênica e aos 16 anos eu cuidava dela”, conta a atriz, que celebra 50 anos de carreira. “No começo, até hesitei um pouco em fazer a peça.”
Em sua interpretação da poeta, Cleide coloca também lembranças de sua mãe. “A postura, os delírios, as alucinações, eu presenciei isso, então eu coloquei no espetáculo. Fica uma homenagem à minha mãe a à Stela.”
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Família
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Aos fatos Na leitura que farão de “Um Homem É um Homem”, neste fim de semana no Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, a Mundana Companhia e a diretora Cibele Forjaz irão mesclar à obra de Bertolt Brecht o noticiário sobre o Brasil. A ideia é sobrepor a realidade à ficção.
Aos fatos 2 Na discussão do real X fictício, o grupo filmou cenas do julgamento do protagonista (projetadas em vídeo) no Palácio da Justiça de SP.
Evangelho O cantor e performer Lineker fará sua estreia no teatro em “ANTIdeus, peça do dramaturgo e diretor Carlos Canhameiro que cuja temporada inicia em 7/7 no CCSP. O texto discute como o extremismo religioso pode afetar minorias.
Retorno Após as três únicas sessões de “A Estrada de Wolokolamsk” no teatro Cacilda Becker neste fim de semana, a montagem do texto de Heiner Müller, dirigida por Esther Góes e Ariel Borghi, já tem temporada marcada no mesmo palco: a partir de setembro.
Sair do papel Luís Valente diz que ainda procura alguém para montar sua peça “O Amor Impossível do Valente Assis”, lançada em 2009 pela Giostri e inédita no teatro.
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Pequeno ato
ROSALINA: Lê logo o poema.
ROMEU: Eu só quero te conhecer. Quero saber sua cor favorita. Não durmo pensando se você prefere a gentil brisa da noite ou abraço quente da manhã. (…) Porque eu quero viver minha vida para você.
ROSALINA: É, essa foi melhorzinha que a outra. Parabéns, Romeu. Por hoje é só (…)
ROMEU: O quê? Não. Você achou que era um poema? Era só eu falando mesmo! Nossa, esse foi o elogio mais impressionante que eu já ouvi na vida. Você lembra o que eu falei? (…)
ROSALINA: Não. Já esqueci.
ROMEU: Dizem que a genialidade é efêmera como um relâmpago.