‘O Alienista’, de Machado de Assis, vai virar musical
O músico Ricardo Severo prepara para o próximo ano uma versão musical de “O Alienista”, de Machado de Assis.
Severo diz que o interesse pelo texto vem da temática e da linguagem irônica e debochada de Machado. “Fala de uma pessoa que decide o destino de outros. Nada é mais pertinente para se discutir hoje.”
Segundo o músico, a montagem também é uma busca por uma linguagem própria de nossos musicais. Ele assina o texto e as canções inéditas do espetáculo, que lista no elenco Rubens Caribé (Simão Bacamarte), Amanda Acosta, Beto Sargentelli e Paula Capovilla.
As músicas de “O Alienista” têm por base ritmos da virada do século 19 para o 20 –como modinhas, sambas e maxixes–, mas com interferências eletrônicas de sintetizadores, conta Severo.
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Trio
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Sincretismo O musical “Rio Mais Brasil”, que estreia em 27/7 no Oi Casa Grande (Rio), com direção de Ulysses Cruz, colocará um rap em “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. O verso “Terra de Nosso Senhor” será seguido de “…de Oxalá, de Iemanjá, de Jesus”.
Ponte Robson Catalunha, ator dos Satyros, foi selecionado para trabalhar no Watermill, centro do diretor Bob Wilson. Ele passará 40 dias em Nova York, a partir de 14/7, pesquisando performance.
Lente A mundana companhia apresenta, em 28 e 29/7, no Teatro Oficina, “Máquinas do Mundo”, que transita entre as artes plásticas, a literatura e o teatro e é o embrião de uma futura peça do grupo. O trabalho busca em Drummond (” A Máquina do Mundo”), Clarice Lispector (“A Paixão Segundo GH”) e Machado de Assis (“Brás Cubas”) uma “máquina” para ver o mundo de forma experimental, livre dos nossos padrões.
De 7 em 7 Luciano Chirolli estará no teatro sete dias por semana a partir de 28/7, quando interpretará Maiakóvski em “Plenos Pulmões”, no CCBB. Ele se alternará entre a peça e “Ponto Morto”, que reestreia em 4/7 no Sérgio Cardoso.
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Pequeno ato
Nossa história começa com esta mesa.
Uma mesa de madeira.
No teatro.
Em uma mesa banquetes são oferecidos.
Em uma mesa banquetes são organizados. Decididos.
Em uma mesa, também, a fome pode ser decidida. Organizada.
Porque a fome, como o banquete, são decisões.
Organizam-se banquetes e fome.
Decidem-se banquetes e fome.
Não há fatalidade. A fome é uma decisão, como o banquete.
A fome tem muitas causas, a falta de alimentos não é uma delas.
A causa da fome é a riqueza, não a pobreza.
Há guerras, sim. Há secas, gafanhotos, inundações, pragas. Sim.
Mas a fome é uma decisão.