Para adaptação de ‘O Cão sem Plumas’, Deborah Colker planeja oficinas em comunidades ribeirinhas
Para seu próximo projeto, uma adaptação do poema “O Cão sem Plumas”, de João Cabral de Melo Neto, Deborah Colker planeja uma espécie de imersão de sua companhia de dança em Pernambuco.
Antes de dirigir a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, a coreógrafa já havia viajado ao Estado nordestino. Fora trabalhar no espetáculo com o cineasta Cláudio Assis (“Amarelo Manga”), cocriador e codiretor da montagem.
A ideia do grupo de Colker agora é, durante cerca de um mês, realizar oficinas e trocar experiências com comunidades e artistas de cidades à margem do rio Capibaribe, tema do poema de João Cabral:
“Aquele rio/ era como um cão sem plumas./ Nada sabia da chuva azul,/ da fonte cor-de-rosa,/ da água do copo de água,/ da água de cântaro,/ dos peixes de água,/ da brisa na água”.
Ainda não há data fechada ou patrocínio, mas a companhia pretende fazer a imersão até o fim do ano.
O espetáculo estreia no Rio no primeiro semestre de 2017.
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Pedra do Sono
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Morte e vida severina Mário Bortolotto dirige uma versão de “Criança Enterrada”, do dramaturgo americano Sam Shepard. Estreia em 21/10 no Cemitério de Automóveis.
Poesia e composição A dramaturga e diretora Gabriela Mellão investiga o universo pós-niilista de Angélica Liddell em “Depois do Nada”. Estreia em outubro no Circuito Cultural Paulista e, em São Paulo, no ano que vem.
Tecendo a manhã O grupo carioca Os Tapetes Contadores de História estreiam o espetáculo interativo “Shtim Shlim – O Sonho de um Aprendiz” em 1º/10 na Caixa SP.
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Pequeno ato
Você nunca fez isso antes, mas você sabe exatamente o que tem que fazer. Ainda que não seja lá muito habilidoso, você sabe como deve conduzir aquilo e, se não sabe, você se deixa levar e milagrosamente você sai diferente de como começou essa experiência toda.
Pensa nessa Melancia, gorda, gostosa, que você sente o gosto junto com o cheiro e não consegue parar de deixar a sua língua trabalhar.
Pensa nessa melancia no almoço de domingo, na sua família toda se lambuzando de melancia. Pensa nisso um pouco.
Pensa em todo mundo que está aqui dentro, molhado, numa banheira de melancia.