Versão de ‘Os Dez Mandamentos’ para o teatro terá duelo musical de pragas
A versão musical de “Os Dez Mandamentos”, que estreia em 17/6 no teatro Procópio Ferreira, será bem diferente da novela que a inspirou, diz Emilio Boechat. Ele, que foi colaborador de roteiro no folhetim da Record, assina a dramaturgia do musical, uma produção de Sandro Chaim com a emissora. A direção é de Fernanda Chamma.
Segundo Boechat, a dramaturgia da peça não espelha a da novela –criou-se um novo texto a partir da Bíblia–, e agora o foco são as 20 músicas feitas por Wladimir Pinheiro. Elas terão melodias “mais pop, mais Broadway, Disney” e toques de ritmos do Oriente Médio. Sucesso na TV, as pragas do Egito serão concentradas em uma cena: um grande duelo musical entre Moisés (Julio Mancini) e Ramsés (Thiago Machado).
Os efeitos das pestes e da abertura do mar Vermelho serão feitos com o auxílio de um telão de LED e de uma tela translúcida com projeções.
A produção não divulga o orçamento da montagem.
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Camarim
Laços de família Erika Mader, sobrinha de Malu Mader, está adaptando “Os Insones”, romance policial de Tony Bellotto, marido de Malu. Dirigida e produzida por Erika, a peça estreia no dia 12/7 no Teatro do Leblon, no Rio.
Fala que eu te escuto Denise Stoklos levará um novo recurso à próxima temporada de “Vozes Dissonantes” (1999), que reestreia em 30/5 na biblioteca Mário de Andrade. Depois da apresentação, o público poderá gravar em vídeo depoimentos e perguntas à artista.
Fala que eu te escuto 2 As respostas serão colocadas posteriormente no novo site de Stoklos: denisestoklos.com.br
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Pequeno ato
PAI – Vocês estão todos me olhando daí do outro lado da janela do meu carro, me convidando para entrar nessa casa aí, querendo que eu fique aí dentro falando coisas, comendo, não sei, continue aí dentro, mas vocês não se lembram de que o que está dentro da minha cabeça é uma estrada vazia. Dentro da minha cabeça tem uma estrada vazia. Bares de beira de estrada. Matagais de beira de estrada. Hotéis muito ruins. Chapas quentes com uns bifes tostando, e as minhas mãos manipulando os bifes. Dentro da minha cabeça tem um quartinho em uma pensão. Um pequeno barraco. Uma casa minúscula em um terreno perto de uma estrada. Dentro da minha cabeça tem um quarto no meio de La Paz. Folhas de coca dentro da minha boca. Dentro da minha cabeça tem isso tudo, tem a recepção de um pequeno hotel em Bogotá. Tem alguns restaurantes por ali. Pequenos bares. Dentro da minha cabeça tem as ruas cheias de cholas, as florestas, os desertos da Bolívia, alguns caminhos a pé, nada nas mãos, nada nas costas, nenhum telefone, nenhuma foto na carteira, nenhum objeto que me lembre ainda que remotamente disso tudo.